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Sobre o que esta série trata

Em uma série de reportagens especiais, a Rádio Educadora da Amazônia lança um olhar profundo em várias camadas sobre o aspecto importante do mundo do trabalho que está prestes a mudar: empregadores passam a ser obrigados a implementar programas para o controle de riscos ocupacionais relacionados à saúde mental. 

Ou as empresas arregaçam as mangas para proporcionar bem-estar emocional aos “colaboradores”, ou terão de pagar multas salgadas e lidar com outras punições. Burnout, assédio moral e sexual, sobrecarga de trabalho, ansiedade, depressão, e estresse — transtornos que, ao longo do tempo, passaram a receber o adjetivo 'ocupacional', como “depressão ocupacional”, evidenciando sua relação direta com o ambiente laboral — devem se tornar palavras do passado, mostrando que local de trabalho não é local para adoecimento psíquico.

 

A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) — instrumento que detalha com peso legal alguns pontos que estavam em aberto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) -— foi anunciada em janeiro pelo Governo Federal, com vigência para esse mesmo ano. Apesar da chuva de elogios dos trabalhadores quanto à ação, não demorou para que a proposta fosse paralisada por meio da Portaria MTE nº 765, publicada em 15 de maio de 2025, dando mais um ano de prorrogação para que a fiscalização comece a ser realizada para valer.

 

O adiamento para maio de 2026 atendeu a  solicitações de preocupadas entidades empresariais e representantes do setor produtivo, que manifestaram apreensão a respeito da falta de clareza técnica e jurídica sobre como implementar a norma (não há uma lista fechada sobre quais são riscos psicossociais, entre outros fatores), além da ausência de orientações oficiais ou cartilhas suficientes à época em que a notícia emergiu (o “Guia de Informações sobre os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho”,  foi lançado pelo Ministério do Trabalho e Emprego somente na segunda quinzena de maio deste ano, após a tsunami de informações sobre a NR1 nos meios de comunicação).
 

Os debates acalorados de atores do ambiente corporativo evidenciaram a necessidade de mais tempo para o desenvolvimento de capacitação e estruturação interna das empresas (hoje as ações de saúde mental não raro estão reduzidas a palestras motivacionais pontuais durante o “Janeiro Branco” ou o “Setembro Amarelo”, duas campanhas inegavelmente importantes, mas as quais não devem desobrigar o empresariado a olhar de forma contínua o bem-estar emocional). Todo o episódio  mostrou claramente que o Brasil pode ainda não estar preparado como pensava para combater de vez transtornos mentais gerados a partir do ambiente laboral.

 

A série de reportagens especiais da Rádio Educadora da Amazônia  expõe a crise da saúde mental no Brasil, — e acredite na força dessa expressão se conhece alguém que está de atestado médico, já foi afastado nos últimos meses ou até mesmo aposentado por recomendação psiquiátrica. Ao mesmo tempo, essa produção imperdível informa sobre psicofobia, sua relação com relacionamentos interpessoais com colegas e superiores e ajuda a pensar nas pessoas por trás das carteiras de trabalho. 

 

Como emissora educativa, disponibiliza ao público um verdadeiro Guia Sonoro sobre a NR-1, que deveria ser reproduzido em alto e bom tom para gerentes de todo o Brasil. Esta é nossa colaboração para a sociedade, afinal de contas, não estamos falando de instabilidade econômica, juros altos e incertezas financeiras, mas esse assunto também estremeceu igualmente o mundo dos negócios.

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JOÃO PAULO SEABRA

Jornalista, Psicólogo especialista em avaliação psicológica e psicodiagnóstico, Licenciado em Letras especialista em Linguística, Professor de Linguagens Pré-Enem, Psicopedagogo, servidor público municipal e estadual há 13 anos

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Série NR-1 NovaRádio Educadora
00:00 / 37:58
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