Do trem do sertão à memória enferrujada dos vagões abandonados, a primeira reportagem da série adentra no tempo dos trilhos que um dia conectaram o Brasil de ponta a ponta. Entre histórias de trabalhadores e arquivos do Projeto Memória Ferroviária, revela-se um sistema que impulsionou a industrialização nacional, mas que, aos poucos, foi sendo engolido pelo “desmonte” silencioso. Hoje, os ferroviários lutam para reaver direitos perdidos e preservar um legado que sobrevive em meio aos escombros dos chamados “cemitérios de locomotivas”.

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A segunda reportagem mostra que os trilhos voltam ao centro das atenções com o Plano Nacional de Logística (PNL 2035) e o novo Marco Legal das Ferrovias. A promessa de modernização avança com autorizações diretas, parcerias internacionais e investimentos pesados. Projetos estratégicos como a Ferrovia Bioceânica, que ligará o Brasil ao Pacífico, simbolizam uma nova era ferroviária, em que a eficiência logística e a competitividade global caminham lado a lado. Mas o caminho para o progresso exige mais que trilhos: requer governança firme, regulação transparente e compromisso ambiental.

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No capítulo mais delicado da série, as ferrovias deixam de ser apenas promessas de progresso e revelam-se também como vetores de conflito. A reportagem escancara o "campo de batalha silencioso" que se forma entre trilhos e territórios indígenas, como os do povo Arapiun, no Pará. A expansão dos projetos logísticos avança sobre áreas protegidas sem consultas adequadas, gerando feridas invisíveis nas comunidades tradicionais. Em nome da eficiência, atropela-se o direito — e o que deveria ser diálogo vira formalidade vazia. Enquanto isso, lideranças indígenas alertam: não há desenvolvimento legítimo quando ele ignora modos de vida ancestrais.

Na reta final da série, o foco se volta para as ferrovias de passageiros, assunto que interessa os aficionados por trens (railway enthusiast). Enquanto a Estrada de Ferro Carajás transporta milhares entre Maranhão e Pará, um trem-bala promete revolucionar a mobilidade entre Rio e São Paulo. A expansão ferroviária, tida como sustentável e econômica, ainda esbarra em desafios socioambientais profundos?  Embarque nessa viagem sonora pelos trilhos do Brasil — uma série que reacende esperanças, dá voz aos esquecidos e mostra por que o futuro do país também passa pelos caminhos de ferro.